“Estamos próximos de uma catástrofe imobiliária”, alerta o professor Adolfo Sachsida, que explica que os estímulos à economia pelo Governo estão sendo aplicados de maneira errônea pelas políticas fiscal e monetária e estão levando ao mau crescimento do setor, com a alta desenfreada dos preços nas metrópoles pesquisadas: São Paulo, Rio, Salvador, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza e Brasília.
Quanto à Política Fiscal, Sachsida afirma que o Governo deveria gastar menos e reduzir os impostos, pois assim o brasileiro teria mais dinheiro no bolso para comprar imóvel e não precisaria tomar tanto crédito para financiamentos. “Quando o Governo joga um rio de crédito, a demanda vai para cima e como a oferta de imóveis não a acompanha, o resultado é a elevação dos preços”, diz ele, afirmando que as construtoras não são culpadas, já que estão respondendo aos estímulos das atitudes do Governo no mercado.
Em relação à Política Monetária, o economista afirma que o governo tem adotado uma política extremamente permissiva com a inflação, desprezando o combate dela para o segundo plano
Um dos indícios de bolha é a atual situação do mercado. Sachsida afirma que se perguntarmos aos vendedores de imóveis como está o ano, eles dizem que as vendas estão bem mais fracas. “Isso é um sinal amarelo para o mercado”, alerta.
Soluções
“O Governo deveria parar de ser ganancioso e diminuir os impostos”, Sachsida acredita que o modelo expansionista do Governo está errado e que o natural seria que as pessoas comprassem seus imóveis sem a necessidade deste dinheiro artificial conseguido pela alta expansão do crédito nos últimos meses. Segundo ele, se os impostos baixam, o poder de compra do consumidor aumenta.
Juros vão subir
O professor Sachsida se preocupa com o fato de o governo estar expandindo demais o crédito, sobretudo no setor imobiliário, pressionando a taxa de juros artificialmente para baixo. Conforme diz, isso dá uma falsa impressão de que temos poupança para financiarmos grandes projetos.
Os juros nos EUA e na Europa nunca foram tão baixos e para o economista, essa situação não vai permanecer por muito tempo. "Quando a taxa de juros internacional subir, o Brasil será obrigado a fazer o mesmo por aqui, colocando em situação delicada as pessoas que pegaram empréstimos pós-fixados, que é a esmagadora maioria”, completa.
Em crítica ao Banco Central, Sachsida fala que hoje o Regime de Metas de Inflação não é mais respeitado. “O BC deve explicações à sociedade brasileira pelas políticas que vem adotando”, finaliza o pesquisador.
Por Heraldo Marqueti Soares
Fonte: InfoMoney
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